Aviso:

Agora, a oficina online poesia feita de quê? possui um blog próprio http://poesiafeitadeque.blogspot.com/. Estão todos convidados: participem!

quinta-feira, dezembro 28, 2006

Um bom número, um bom ano.

7

toco piano tranço cabelos

tiro chumaços do ralo.

troco de posição com o diabo.

ele reclama das suas atribulações.

dou o troco.

um terço disto tudo é meu.

e não abro.

terça-feira, dezembro 19, 2006

Let´s talk dirty!


Para quem só admite sacanagem na cama...

Acesse o link abaixo e encaminhe petição aos congressistas contra o aumento indecoroso de 90,7% nos próprios salários:

http://www.petitiononline.com/oeleitor/petition.html

quinta-feira, dezembro 14, 2006

Seção Cérebros - Coluna social do mundo literário








Aqui estão algumas fotos do recital que rolou na Festa de Aniversário do Casulo, nesta terça. Ausências tão sentidas quanto perdoadas: Ana Rüsche, vítima da influenza, e Dani Ramos, vítima do capitalismo selvagem (mas que chegou a tempo de tomar uma cerveja).

domingo, dezembro 10, 2006

ESTA TERÇA - a partir das 20h...






Tirem o pó dos casacos, endireitem os saltos dos sapatos...quando não são dândis, os poetas tradicionalmente são mal ajambrados. Você pode vir a nossa festa para confirmar a teoria, ou para comprovar o contrário - conforme vêm fazendo as meninas adeptas da "poesia peruísta". Ou seja, o traje é livre; obrigatória, só a presença. E tragam amigos, inimigos, clã familiar, crianças-problema, ursinhos de pelúcia, anjos da guarda etc.

A festa terá início às 20h, e às 21 h irão começar as leituras de Ana Rüsche, Cláudio Daniel, Daniela Ramos,
Donizete Galvão, Donny Correia, Eduardo Lacerda, Elisa Buzzo, Lilian Aquino, Marcelo Bonvicino, Paulo Ferraz, Victor Del Franco e Virna Teixeira.

Corre o boato de que, caso uma harpa e uma flauta caibam num celta (carro), teremos além das leituras, música celta (povo antigo). Mas é só um boato...

A Festa será na Feira Moderna, R. Fradique Coutinho, 1246/1248 (entre as ruas Wisard e Aspicuelta). Para quem for de ônibus, talvez haja itinerário melhor, mas é possível pegar qualquer um que passe na Cardeal Arcoverde e descer no ponto mais próximo à Fradique. Depois é só caminhar mais ou menos 500m. E levem guarda-chuva.

quinta-feira, dezembro 07, 2006

José Mindlin na Ocupação Prestes Maia


O bibliófilo José Mindlin, membro da Academia Brasileira de Letras, visita biblioteca comunitária organizada pelo catador de lixo Severino Manoel de Souza, em ocupação do MSTC no centro de São Paulo.

No próximo sábado, dia 9 de dezembro, a Biblioteca Comunitária Prestes Maia (situada no número 911 da Avenida Prestes Maia, no bairro da Luz) será palco de um encontro histórico. O empresário e colecionador de livros José Mindlin, dono de uma dos mais importantes acervos privados do Brasil, vai conhecer a coleção de aproximadamente 7000 livros organizada por Severino Manoel de Souza, catador de lixo e morador da Ocupação Prestes Maia.
A Biblioteca fica no subsolo de um prédio ocupado há quatro anos pelo Movimento dos Sem Teto do Centro (MSTC), que abriga atualmente mais de 400 famílias, cerca de 1500 pessoas. Toda essa população (da qual fazem parte muitas crianças) está ameaçada de despejo iminente devido à vitória obtida pelos proprietários do imóvel (que devem cerca de 4,5 milhões de IPTU e que deixaram o prédio fechado por mais de uma década) em uma ação de reintegração de posse movida contra os ocupantes do MSTC.
A visita à biblioteca marca o reconhecimento do papel que o imóvel desempenha no tocante à questão da moradia, mas também sua transformação em equipamento cultural, já que os moradores sem teto também buscam abrigo entre os livros, bens igualmente indispensáveis à sobrevivência.
A visita ocorrerá às 10h00 do contará com a presença de Aziz Ab’Saber, professor emérito da Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas da USP, especialista em Geomorfologia, Geografia Urbana e Econômica e Biogeografia.
(Fonte: Fábio Weintraub)

terça-feira, dezembro 05, 2006

ESCRITORAS SUICIDAS EM CURITIBA

FESTA - 1 ANO DE CASULO

As leituras terão início às 21h, e já estão confirmados os poetas: Claudio Daniel, Donizete Galvão,Donny Corrêa, Eduardo Lacerda, Elisa Andrade Buzzo, Lilian Aquino,Marcelo Bonvicino, Paulo Ferraz, Sandra Ciccone,Victor Del Franco e Virna Teixeira. Haverá também distribuição do Casulo - Ediçao especial poesia latino-americana. Apareça, divulgue!

Poesia POP

Amanhã, quarta, lançamento do livro de Lúcia Santos, na Choperia do SESC Pompéia. Das 20 às 20h30.
Leituras de Alice Ruiz, Carlos Careqa e vários convidados com o acompanhamento do músico Rafael Agra; apresentação musical de Haroldo Oliveira e Miriam Maria.

Land of the dead



Convenhamos que a situação não está propícia para nós poetas (como decerto nada vai bem para feirantes, camelôs, manicures, professores etc. Precisamos pedir o segredo do sucesso para políticos e banqueiros, e é urgente). Fomos pescar e só fisgamos botas ( autorizo, aqui, um riso de malícia, e me abstenho do trocadilho). Fomos nadar e o rio secou. Mas nos sobra a vitalidade, o desejo de dar braçadas, nem que seja no ar. E o ar anda muito carregado.

Ainda assim, conseguimos sobreviver com pulmões de aço. Nós, a Sociedade dos Poetas Enterrrados Vivos, futricando sob as lápides, agrupados por afinidades e estilos, precisamos entender melhor o significado de termos batidos, como coletividade, intervenção social, público, reflexão, pesquisa. Paralelamente a esse esforço - talvez individual - precisamos ter a generosidade de querer ressuscitar não um ou outro, mas a todos. Isso requer um beijo na boca hiperventilado e generoso. E talvez resulte numa rebelião de zumbis que deixam o cemitério para invadir a cidade. Como num filme de George Romero, os mortos-vivos são assustadores, um pouco ridículos e também comoventes na sua fome de recuperar a vida.

segunda-feira, dezembro 04, 2006

DUAS PERGUNTAS PARA DANIELA OSVALD RAMOS


Que isso absolutamente não acontece é fato sabido e consabido: no nível do consumo, nunca foi tão grave a crise da poesia. Os editores, tanto quanto os livreiros, fogem dela como o diabo da cruz, e para poder chegar até o minguado público capaz de interessar-se pela sua arte agonizante, os poetas se vêem obrigados a lançar mão de quantos expedientes possam excorgitar: transformar-se em camelôs de rua para vender suas modestas edições mimeografadas; promover movimentos de catequese poética como soldados de um novo exército da salvação; lançar chuvas de poemas por sobre os passantes distraídos; e que sei eu mais. Ou recorrem a tais expedientes, quase sempre ineficazes, ou então se conformam em melancolicamente circular, bilhetes de rifa, entre familiares, amigos mais ou menos chegados, professores de literatura e outros poetas tão pouco conhecidos quanto eles próprios.

(Jose Paulo Paes, Gregos e baianos, 1985)


Você poderia comentar a afirmação acima?

Acho que o Paes é muito lúcido no seu comentário. Por um lado, sabemos que literatura e, em particular, poesia, nunca chegarão a vender grandes somas no Brasil. Mas isso não é motivo para perdermos a batalha antes de começar a guerra, que é o que parece: todos aceitam sem questionar um certo domínio da circulação de poesia, como se isso fosse até chique, de certa maneira. Dar para os amigos e mais chegados livros e plaquetes que foram pagos pelos próprios editores é sem dúvida elegante e gentil. Mas se eu soubesse onde comprar as plaquetes maravilhosas de tradução que o Ronald Polito faz, por exemplo, eu iria deixar uns 50 reais sem pestanejar. O fato é: estamos inseridos em uma cultura pós-capitalista e não temos onde comprar formatos alternativos (e entram até editoras que não estão nas grandes livrarias) de poesia. Isso é urgente, precisamos legitimar um espaço de compra. Na galeria de arte Belleza Y Felicidade, em Buenos Aires, da curadora Fernanda Laguna (que também é poeta), há um espaço pequeno, mas que parece um oásis do que se pode fazer. há plaquetezinhas com quatro páginas, sem pretensão nenhuma a não ser a divulgação do trabalho dos autores, que são vendidas a 1 peso (menos que um real). Temos que começar a pensar (e executar) seriamente nisso. Não acho que a prática de abordagem na rua funcione mais (embora admire a coragem de quem faça), pois estamos em uma cultura na qual o consumidor de informação vai atrás do que ele quer. Cultura digital: eu seleciono o que quero ler, quando e como. Não quero ser abordado na rua, nos faróis, na bilheteria do cinema. temos problemas sociais demais com este tipo de abordagem; mercadologicamente não funciona, infelizmente.

A redução dos espaços de circulação da poesia brasileira contemporânea tem levado muitos poetas a gastarem bastante tempo com a criação de espaços para a veiculação dos textos literários, com a criação de sites, blogs, publicações alternativas etc. Você acha que isso está trazendo características novas para o trabalho desses poetas-editores-produtores?


Acho que sim, traz características novas, pois o meio influencia no tipo de escrita que se está fazendo, leva a novas reflexões. Não que o meio seja a mensagem, em poesia, mas inevitavelmente se fará e se terá possibilidades de experimentar no meio digital o que no impresso nãoou por falta de dinheiro ou por falta de espaço. Até mesmo em relação ao modo de escrita, mais imediato. Eu assumo totalmente que algumas vezes, especialmente no blog coletivo que participo “Poetar com dealine” (eu, Virna Teixeira, Roberto Romano, Ana Peluso e Angélica Freitas), minha proposta é essa: escrever diretamente na tela. É uma experiência, “poemas instantâneos para sensibilidades imediatas”, que não seria possível em outro meio. As publicações alternativas em papel também acho interessante, principalmente O Casulo, que começou meio que timidamente, mas que está tomando um fôlego de novidade muito legal, com esta última edição de poesia latino-americana, por exemplo. É mais ágil que uma revista e menos efêmero que a leitura na tela. Sem dúvida é muito benéfico fazer circular a poesia, seja em qual meio for. Também não podemos deixar de lembrar o meio “presencial”, nos encontros que andaram acontecendo nos últimos dois meses em São Paulo, prova de que há mobilização física e um certo público leitor que pode gerar mais leitores.