Aviso:

Agora, a oficina online poesia feita de quê? possui um blog próprio http://poesiafeitadeque.blogspot.com/. Estão todos convidados: participem!

terça-feira, dezembro 05, 2006

Land of the dead



Convenhamos que a situação não está propícia para nós poetas (como decerto nada vai bem para feirantes, camelôs, manicures, professores etc. Precisamos pedir o segredo do sucesso para políticos e banqueiros, e é urgente). Fomos pescar e só fisgamos botas ( autorizo, aqui, um riso de malícia, e me abstenho do trocadilho). Fomos nadar e o rio secou. Mas nos sobra a vitalidade, o desejo de dar braçadas, nem que seja no ar. E o ar anda muito carregado.

Ainda assim, conseguimos sobreviver com pulmões de aço. Nós, a Sociedade dos Poetas Enterrrados Vivos, futricando sob as lápides, agrupados por afinidades e estilos, precisamos entender melhor o significado de termos batidos, como coletividade, intervenção social, público, reflexão, pesquisa. Paralelamente a esse esforço - talvez individual - precisamos ter a generosidade de querer ressuscitar não um ou outro, mas a todos. Isso requer um beijo na boca hiperventilado e generoso. E talvez resulte numa rebelião de zumbis que deixam o cemitério para invadir a cidade. Como num filme de George Romero, os mortos-vivos são assustadores, um pouco ridículos e também comoventes na sua fome de recuperar a vida.

Nenhum comentário: