"A distinção da poesia moderna é que ela concentrou-se em enumerar 'os traços da tulipa'(1); mas de novo ela demonstrou seu poder de universalizar o particular, conferir um novo centro a experiências que, segundo todos os critérios clássicos, deveriam ser periféricas, porque são as experiências dos especialistas. O poeta moderno pode 'enumerar os traços da tulipa' e não só pensar que esgotou, mas esperar ter esgotado o assunto; porém, goste ou não, ele disse algo novo sobre flores e homens."
(retirado do livro A verdade da poesia de Michal Hamburger, publicado pela primeira vez em 1969; tradução de Alípio Correia de Franca Neto)
(1) Referência, citado anteriormente no texto, ao pensamento de Samuel Johnson: "o assunto do poeta consiste em examinar não o individual mas a espécie (…); ele não enumera os traços da tulipa nem descreve os diferentes tons na verdura da floresta."
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