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domingo, agosto 17, 2008

Terceiro exercício - poema de Edgar Belial

Meu olho

De minhas pupilas em midríase,
Sangue e lágrimas, escorreram.
Estancaram com uma gaze;
(Estou deitado na fria mesa.)

Meu olho esquerdo foi cortado
Cirurgicamente ao meio,
Com um instrumento afiado.
(Como uma suculenta fruta tropical.)

Eu sei que, nesta sala que
Ainda vejo com o direito;
Sou a aula de Nicolaes Tulp.

Pílulas, álcool, drogas, overdose.
Resultado de uma noite de abusos;
Sou o cadáver vivo da necropsia.


(Edgar Belial)

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