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Agora, a oficina online poesia feita de quê? possui um blog próprio http://poesiafeitadeque.blogspot.com/. Estão todos convidados: participem!

sábado, março 31, 2007

Eduardo Lacerda

A última Ceia


Há regras à mesa
como em um brinquedo
de quebra-cabeça.

/ E eu não entendo
os dispostos à esquerda

dos pais.

Restos do pequeno
que sentavam ao meio

da mesa (como prato
que se enche
e procura lugar entre
as pessoas). /

Já não me encaixo
depois que aprendi
a olhar de lado
e sair por baixo.

Embrulho

Se devíamos chorar quando os palhaços começam a folia,
Se devíamos pinotear quando os músicos se põem a tocar,
O tempo nada dirá mas eu o preveni.”
(W.H Auden)

na festa

esgar de assopros

incineram

os fogos.

apagado

sorrio

(de lado)

fria a vela

o desejo retorna ao estado

de espera.

E eu espero.

E eu estou de parabéns.

Rua: Sem Saída.

para Tere Tavares

deitamos sobre o asfalto

(nossos corpos atravessados:

– era este o nosso pacto.)

esperávamos pelos carros,

mas os carros não passavam.

(era noite e os carros não passavam)

não seríamos atravessados.

/ e você se levantou

passou pelo meu corpo

e depois se deitou

(deitou do outro lado)

e eu fiz o mesmo

juntos recriamos o medo

de que se passarem por cima

nunca mais cresceremos /

Um comentário:

Unknown disse...

Bonito poema que fala da rua , lembrei de uma música cantada pela marisa monte do arnaldo antunes e branco melo " eu não sou da sua rua / eu não sou o seu vizinho / eu moro muito longe sozinho / estou aqui de passagem / esse mundo não é meu / esse mundo não é seu "