brasileirinho
l´ennui é o que arrasa os corpos no morgue, meu amor,
não o que deveríamos sentir com tantos chocolates nas vitrines
e amantes sorvendo café enquanto trançam pernas.
turistas no nosso país, chéri.
lembro-lhe que le spleen est né em Paris
e agora podemos rir aplaudindo baianas sambando
ao som de metrancas e pivetes esmagando o grilo
da fome na garganta.
?
qual o centro do mundo
cão – ali onde ele é
dente nunca afago
1) um hospital com seringas
contaminadas 2) a fonte
em que nasce a água
a ser desprezada 3) as balas
perdidas a mira certa 4) os grãos
podres nos silos 5) os ratos que mijam
nas poças onde crianças lançam barcos
que vão encalhar.
homologias
foi com a melhor das intenções que calamos os pássaros e destacamos pontos iluminados pela predominância da sombra – a doçura resultou assim de nossa invenção do amargo.
sua careta me faz graça e também me enche de pena, mas precisamos da inocência para fabricar os sábios, queremos seu torpor como mola de um salto, sabemos que seguiremos assim sendo diferentes mas com um sempre tênue ponto de contato
8 comentários:
Brasileirinho trata de problemas sociais , mas não esquece da linguagem , joga nos dois campos sem demagogia ou clichês
Diniz, vc não pode ser condescendente comigo. Logo eu, que no jornal fui sua algoz (rsrs)!
bj
Andréa
achei interessante esse vôo - sístole e diástole - do verso, que parece reclamar um próprio ritmo e a prosa, que ainda é um verso com outro ritmo, enfim que não é prosaica. valeu
Cândido.
ah, Andréa, io comentário anterior não é anônimo, viu? abração Cândido Rolim
Bien, com esse timaço de moçoilas talentosas por aqui, o que eu posso dizer? Que em breve os homens serão minoria? (rsss). Besos do
CD
Cândido,
obrigada pelos comentários...fico sempre surpresa quando leio algo sobre mim - porque como poeta tento deixar um pouco longe o lado de estudante de literatura...
abraços,
Andréa
CD,
se o moçoilas me inclui, obrigada, pois estou mais para balzaca...
Sabe que o que me motivou a perder a vergonha de publicar foi a percepção de que dominavam os homens nas revistas, enquanto eu sempre encontrava muitas poetas, professoras e estudantes de Letras?
Bem no espírito revolta das minorias mesmo...(rsrs)
beijos
Andréa
"vamos sair daqui com a dignidade nos saltos e um ramalhete de pesadelos para sonhar" seues versos são incríveis ; )
beijos!
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