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Agora, a oficina online poesia feita de quê? possui um blog próprio http://poesiafeitadeque.blogspot.com/. Estão todos convidados: participem!

sábado, março 31, 2007

Andréa Catrópa



brasileirinho

l´ennui é o que arrasa os corpos no morgue, meu amor,

não o que deveríamos sentir com tantos chocolates nas vitrines

e amantes sorvendo café enquanto trançam pernas.

turistas no nosso país, chéri.

lembro-lhe que le spleen est né em Paris

e agora podemos rir aplaudindo baianas sambando

ao som de metrancas e pivetes esmagando o grilo

da fome na garganta.




?

qual o centro do mundo

cãoali onde ele é

dente nunca afago

1) um hospital com seringas

contaminadas 2) a fonte

em que nasce a água

a ser desprezada 3) as balas

perdidas a mira certa 4) os grãos

podres nos silos 5) os ratos que mijam

nas poças onde crianças lançam barcos

que vão encalhar.



homologias

foi com a melhor das intenções que calamos os pássaros e destacamos pontos iluminados pela predominância da sombra – a doçura resultou assim de nossa invenção do amargo.

sua careta me faz graça e também me enche de pena, mas precisamos da inocência para fabricar os sábios, queremos seu torpor como mola de um salto, sabemos que seguiremos assim sendo diferentes mas com um sempre tênue ponto de contato

8 comentários:

diniz .a gonçalves junior disse...

Brasileirinho trata de problemas sociais , mas não esquece da linguagem , joga nos dois campos sem demagogia ou clichês

Andréa Catrópa disse...

Diniz, vc não pode ser condescendente comigo. Logo eu, que no jornal fui sua algoz (rsrs)!
bj
Andréa

Anônimo disse...

achei interessante esse vôo - sístole e diástole - do verso, que parece reclamar um próprio ritmo e a prosa, que ainda é um verso com outro ritmo, enfim que não é prosaica. valeu
Cândido.

Anônimo disse...

ah, Andréa, io comentário anterior não é anônimo, viu? abração Cândido Rolim

Anônimo disse...

Bien, com esse timaço de moçoilas talentosas por aqui, o que eu posso dizer? Que em breve os homens serão minoria? (rsss). Besos do

CD

Anônimo disse...

Cândido,

obrigada pelos comentários...fico sempre surpresa quando leio algo sobre mim - porque como poeta tento deixar um pouco longe o lado de estudante de literatura...
abraços,
Andréa

Anônimo disse...

CD,

se o moçoilas me inclui, obrigada, pois estou mais para balzaca...
Sabe que o que me motivou a perder a vergonha de publicar foi a percepção de que dominavam os homens nas revistas, enquanto eu sempre encontrava muitas poetas, professoras e estudantes de Letras?
Bem no espírito revolta das minorias mesmo...(rsrs)
beijos
Andréa

Anônimo disse...

"vamos sair daqui com a dignidade nos saltos e um ramalhete de pesadelos para sonhar" seues versos são incríveis ; )

beijos!